O processo de ensino-aprendigem, nos dias de hoje, nunca foi tão discutido e teorizado pelas mais diversas concepções educacionais. Ao certo, se voltarmos ao passado e verificarmos também o tempo presente perceberemos falhas que se copilam e se reproduzem por todas as escolas nos mais diversos seguimentos educacionais. O problema é conjuntural e estrutural, que emergem fora das escolas, e que percebemos nas propostas políticas apresentadas pelos governos, e que tem como principal objetivo satisfazer as necessidades que a sociedade capitalista e mercadológica almejam para fomentarem seus meios de produção. Assim, mídia e os sistemas educacionais inserem na mentalidade dos nossos alunos, idéias tecnicistas de educação, ou seja, a informação e a reprodução sistemática dessa informação é mais importante do que o patrimônio cultural e humano que a escola pode produzir.
Desta feita, buscando responder a esta questão explanaremos alguns pontos fundamentais (pilares) para uma melhor contextualização da aprendizagem em sua concepção mais humana:
- Aprender a conhecer - Esse primeiro pilar reflete a necessidade substancial dos docentes em se dedicar numa buscar constante por visão múltipla do conhecimento, trazendo novas experiências, verificando novos formas de ensino a fim de atualizar suas próprias concepções educacionais.
A única saída possível para uma melhoria significativa na educação é o próprio docente se conscientizar de que algo está errado. Isso insere rever pedagogias e postulados educacionais, bem como rever seu papel dentro do magistério. Não apenas conceber os alunos com suas problemáticas, mas buscar saber onde está a cerne para os conflitos funcionais dos seus alunos e através disso inovar, lançar-se a um papel diferenciador, com praticas que englobem as varias possibilidades de conhecimento existentes hoje em nosso meio: informática, televisão, revistas, jornais, Internet, propiciando um caráter motivador para o alunado, bem como mais dinamismo na metodologia. No dizer de Novoa (1991), Freire (1991) e Mello (1994) “A saída possível para melhoria da qualidade do ensino, dentro do contexto educacional contemporâneo é a formação e as experiências trazidas por cada docente.”
Se nos vale a referencia, o professor pode ser considerado uma mãe em processo de gestação, precisa dispor de nutrientes, e, sobretudo ter muito cuidado com o bebê, que é a pedagogia. E por toda a vida de educador terá que ter carinho e cuidados especiais.
“Ninguém nasce educador ou condicionado a ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática”.(Freire, 1991, pg.58)
- Aprender a fazer - A reflexão fornece a prática docente para a vida e a própria profissão já tão desgastada e carente de respeito exige uma formação continuada para que de fato o homem e o educador se mantenham vivos, energizados, atuando no seu espaço didático bem como crescendo no saber e na responsabilidade.
A modernidade exige mudanças, adaptações, atualização e aperfeiçoamento. Quem não se atualiza não dispõe do preparo necessário para fazer frente à nova realidade. Mas do isto é preciso aprender a ensinar ou instigar qualidades inatas como intuição e motivação. O próprio perfil do aluno deve ganhar novos moldes de conhecimento visando à vida e as questões interpessoais. Assim, a concepção moderna de educador necessita de uma sólida formação científica, técnica e política. No dizer de Brezinski (1992) reforça este questionamento: “A nova educação deve ser viabilizada de uma prática pedagógica crítica e consciente da necessidade de mudanças na sociedade brasileira”.
O profissional atento e consciente sabe que a sua formação não finda nos limites da universidade. A universidade aponta apenas caminhos, forma conceitos e idéias e motiva no rumo de sua especialidade. Ademais são os profissionais de educação, que devem buscar subsídios para lapidar seu conhecimento para uma prática pedagógica descente.
- Aprender a viver com os outros - Grande parte dos alunos possuem diversas dificuldades que extrapolam os limites da escola e as atividades ali desempenhadas. O próprio professor com seus métodos pedagógicos e atitudes repressivas representa muitas vezes um trauma que inibe o desenvolvimento do educando. Somem-se ainda as experiências negativas familiares e ou de experiências negativas absorvidas em anos anteriores. Dada essa situação a violência e o individualismo é uma marca características das nossas crianças e adolescentes. Desta feita, deve o educador surpreender os alunos e lhes ofertar uma educação que distancie dos seus medos e enfrente as situações surgidas com plena confiança, numa interação constante e amiga, que faça tomar consciência e determinação diante dos problemas advindos, que crie uma consciência de cooperação e participação.
Hoffman (1998, p.112) nos diz que “o erro não é um pecado”, quando coloca que os erros fazem parte do universo da educação e estão inseridos nos limites de cada um na esfera do conhecimento, mas que podem ser de natureza diversa. Nesse sentido, é preciso que o educador tenha uma resposta pedagógica para cada situação e que ele não se sinta na obrigação de que essa resposta seja suficiente para atenuar o problema do aluno, mas que tenha convicção de que esta buscando da melhor forma amenizar os reflexos contigenciais que a modernidade trouxe para a sala de aula.
Nesse sentido, Hoffmann (idem, p.36), nos diz: “A prática educacional não irá mudar em nossas escolas em decorrência de leis, resoluções, decretos ou regimentos escolares, mas a partir do compromisso dos educadores com a realidade social que enfrentamos”.
- Aprender a ser - O educador precisa dar-se conta de que é e está seriamente comprometido com o juízo de valor emitido sobre o educando. Seu olhar estreita-se perigosamente ao considerar o processo educação como uma ação objetiva e imparcial, puramente constatativa sobre o fazer do aluno. O professor deve ser sempre aquele que utiliza os saberes do aluno para produção efetiva do conhecimento, sobretudo fazendo as implicações do saber do aluno com sua realidade social. Portanto, não dá para ser impessoal, não dá para ignorar que a própria posição do aluno e seu enfrentamento com a exclusão e marginalização do conhecimento é uma ação de política. Devemos priorizar uma educação que sirva como encorajamento, que eleve sua estima frente aos obstáculos econômicos e sociais, que este aluno se veja como parte integrante da sociedade, e possa refletir sobre si mesmo e sobre suas responsabilidades, que tenha noção do poder e dos poderosos, que tenha, sobretudo o sentimento da humanização entre os homens.
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