Por Alexandre Virginio
A grande preocupação para uma educação de qualidade que dê norte aos
discentes esta ligado diretamente à metodologia aplicada em sala, que direcione
e vislumbre o perfil do educando que se propõe tal projeto. O ensino deve ser
diferenciado em toda sua estrutura funcional uma vez que o mérito primordial é
a adequação para o meio social, conscientização, esporte, lazer e trabalho.
Portanto, a forma de ensinar, a visão do ensino e a mentalidade do que se
ensina devem ser voltadas para a qualificação e a inserção destes alunos
aprendizes em seu contexto de vida e sociedade.
O aluno, embora já endossado pela experiência, também se caracteriza
como sendo um sujeito em construção, tendo em vista que etapas do seu
aprendizado lhe foram negadas pela evasão escolar e a maior parte do seu
conhecimento foi adquirido no espaço extra-escolar, e sendo assim, necessita de
uma reorientação e formalização do conhecimento prévio já sedimentado em seu
histórico de vida.
O papel da pedagogia construtivista é exatamente a de trazer para dentro
da escola a experiência do meio social vivenciado pelo individuo. É trazer para
a discussão a realidade do estudante e a partir da sua cosmovisão definir e
redefinir os currículos e o campo de ação cognitiva que o professor ira atuar.
Segundo Ferreiro (2004) uma outra forma de entender e conceber o
construtivismo é deixar que o meio seja forte pressuposto para a
aprendizagem.
Ora, para essa autora faz-se necessário estimular aspectos motores,
cognitivos e afetivos, são importantes, mas, vinculados ao contexto da
realidade sócio-cultural dos alunos. Assim, percebemos que para a proposta é
levar o aluno a participar ativamente do próprio aprendizado, mediante a
experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do
raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo
as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.
O aluno é visto como agente de sua própria aprendizagem e o meio,
estabelecido com as ferramentas necessárias incentivará efetivamente a
assimilação do conhecimento.
O educando é um agente
ativo e, por esta razão, constrói o seu próprio conhecimento a partir da
exploração do mundo que o cerca, formulando hipóteses explicativas dos fenômenos que observa,. O
educador é aquele que orienta o trabalho do educando, criando situações que
propicie a descoberta e sistematizando os conhecimentos construídos a partir
delas. (FUCK, 1993, p 32)
Desta feita, o meio
tem uma proeminência, somado a fatores psicológicos, maior no processo de
educação do que fatores efetivamente ligados ao saber do professor. Ora, sendo
assim, podemos sem medo afirmar que, em se tratando de educar jovens e crianças
o papel das coisas que o cercam apresenta-se como um vetor de aprendizagem que
precede a ordenação dos conteúdos formais. Se o aluno é um agricultor, o
educador pode utilizar a riqueza do meio deste para efetivar o conhecimento, e
ainda estimular o educando enriquecendo o ambiente de ensino com coisas
interligadas ao conhecimento dirigido a ele.
O grande mérito do
construtivismo para efetiva educação se dá quando interage a idéia do meio na
formação com conteúdos dirigidos para determinado grupo de estudante. Ora, o
ambiente é importante quando formulado tematicamente para familiarizar o
alunado com as questões pertinentes às disciplinas. Agora, somando-se a isto,
norteando com temas geradores, ter-se-a uma simbiose entre educação, cidadania,
vida e trabalho, tendo em vista que o processo ensino-aprendizagem será voltado
para as necessidades imediata do discente em sua relação com a sociedade e com
a realidade politico-cultural.
Destarte, os temas
geradores são imprescindíveis para investigação da realidade, não se trata
apenas de fatologias e estudo fragmentados, mas uma profunda reflexão acerca do
espaço-vida do educando, lhe fazendo mergulhar sobre sua própria história e o
sentido das coisas que lhe moldam e que estabelece seus padrões de
comportamento e cultura nos mais diversos níveis.A própria realidade permite fazer
um recorte multidisciplinar que possibilita, dentro do universo do estudante,
abranger todas as matérias necessárias à formação plena, transformadora e
integrada. Essa visão holística permite uma dimensão indutiva (do particular
para o geral) bem como uma dimensão global, onde tudo se envolve na construção
do conhecimento. No dizer de Freire, “um mesmo tema gerador geral poderá dar
origem a várias palavras geradoras que deverão estar ligadas a ele em função da
relação social e que os sustenta”.
Nessa conjuntura as funções dos temas devem:
Desta feita a
CNE determina como diretrizes que a escola deve urgentemente criar medidas
intervencionistas que possa agir enquanto:
· Função
reparadora que se refere ao ingresso no circuito dos direitos civis, pela
restauração dos direitos negados. Como prevê o mais educação.
· Função
equalizadora, que propõe garantir a redistribuição e a locação, em vista de
mais igualdade a proporcionar maiores oportunidades de acesso e permanência na
escola, para aqueles que foram desfavorecidos.
· Função
qualificadora tendo como função, por excelência, corresponder às necessidades
de atualização e de aprendizagem contínua própria da era em que nos
encontramos. (SOARES, 2002)
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