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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Programa Mais Educação, Construtivismo e Temas Geradores.

Por Alexandre Virginio

Mais Educação, Construtivismo e Temas Geradores.

              A grande preocupação para uma educação de qualidade que dê norte aos discentes esta ligado diretamente à metodologia aplicada em sala, que direcione e vislumbre o perfil do educando que se propõe tal projeto. O ensino deve ser diferenciado em toda sua estrutura funcional uma vez que o mérito primordial é a adequação para o meio social, conscientização, esporte, lazer e trabalho. Portanto, a forma de ensinar, a visão o ensino e a mentalidade do que se ensina devem ser voltadas para a qualificação e a inserção destes alunos aprendizes em seu contexto de vida e sociedade.

O aluno, embora já endossado pela experiência, também se caracteriza como sendo um sujeito em construção, tendo em vista que etapas do seu aprendizado lhe foram negadas pela evasão escolar e a maior parte do seu conhecimento foi adquirido no espaço extra-escolar, e sendo assim, necessita de uma reorientação e formalização do conhecimento prévio já sedimentado em seu histórico de vida. O papel da pedagogia construtivista é exatamente a de trazer para dentro da escola a experiência do meio social vivenciado pelo individuo. É trazer para a discussão a realidade do estudante e a partir da sua cosmovisão definir e redefinir os currículos e o campo de ação cognitiva que o professor ira atuar.

Segundo Ferreiro (2004) uma outra forma de entender e conceber o construtivismo é deixar que o meio seja forte pressuposto para a aprendizagem. Ora, para essa autora faz-se necessário estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos, são importantes, mas, vinculados ao contexto da realidade sócio-cultural dos alunos. Assim, percebemos que para a proposta da escola Maria Tereza é levar o aluno a participar ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo. O aluno é visto como agente de sua própria aprendizagem e o meio, estabelecido com as ferramentas necessárias incentivará efetivamente a assimilação do conhecimento.

 O educando é um agente ativo e, por esta razão, constrói o seu próprio conhecimento a partir da exploração do mundo que o cerca, formulando hipóteses  explicativas dos fenômenos que observa,. O educador é aquele que orienta o trabalho do educando, criando situações que propicie a descoberta e sistematizando os conhecimentos construídos a partir delas. (FUCK, 1993, p 32)

            Desta feita, o meio tem uma proeminência, somado a fatores psicológicos, maior no processo de educação do que fatores efetivamente ligados ao saber do professor. Ora, sendo assim, podemos sem medo afirmar que, em se tratando de educar jovens e crianças o papel das coisas que o cercam apresenta-se como um vetor de aprendizagem que precede a ordenação dos conteúdos formais. Se o aluno é um agricultor, o educador pode utilizar a riqueza do meio deste para efetivar o conhecimento, e ainda estimular o educando enriquecendo o ambiente de ensino com coisas interligadas ao conhecimento dirigido a ele.

O grande mérito do construtivismo para efetiva educação se dá quando interage a idéia do meio na formação com conteúdos dirigidos para determinado grupo de estudante. Ora, o ambiente é importante quando formulado tematicamente para familiarizar o alunado com as questões pertinentes às disciplinas. Agora, somando-se a isto, norteando com temas geradores, ter-se-a uma simbiose entre educação, cidadania, vida e trabalho, tendo em vista que o processo ensino-aprendizagem será voltado para as necessidades imediata do discente em sua relação com a sociedade e com a realidade politico-cultural.

Destarte, os temas geradores são imprescindíveis para investigação da realidade, não se trata apenas de fatologias e estudo fragmentados, mas uma profunda reflexão acerca do espaço-vida do educando, lhe fazendo mergulhar sobre sua própria história e o sentido das coisas que lhe moldam e que estabelece seus padrões de comportamento e cultura nos mais diversos níveis.

A própria realidade permite fazer um recorte multidisciplinar que possibilita, dentro do universo do estudante, abranger todas as matérias necessárias à formação plena, transformadora e integrada. Essa visão holística permite uma dimensão indutiva (do particular para o geral) bem como uma dimensão global, onde tudo se envolve na construção do conhecimento. No dizer de Freire, “um mesmo tema gerador geral poderá dar origem a várias palavras geradoras que deverão estar ligadas a ele em função da relação social e que os sustenta”.

Nessa conjuntura as funções dos temas devem:

·         Possibilitar a construção do conhecimento através da interdisciplinaridade, a partir do estudo e aprofundamento de diferentes áreas do conhecimento;
·         Instrumentalizar os educandos para o exercício de suas potencialidades através de dinâmicas participativas, contextualizadas em relação à realidade social;
·         Estabelecer um processo de reflexão crítica sobre o papel deste educando, mecanismos de participação, reivindicação, novas exigências e o novo perfil do trabalhador atual;
·         Aprofundar a reflexão sobre o projeto de vida pessoal e profissional do educando.
·         Os temas são, ou facilmente podem ser considerados, importantes para os interesses e as preocupações dos estudantes;
·         A metodologia utilizada tem sua orientação centrada no trabalho com projetos;
·         Fundamenta-se em questões propostas pelos estudantes; e
·         Privilegiam, na contextualização e comparação, a avaliação das informações procedentes de fontes diferentes.
  
Corrobora ainda como primicia do programa Mais Educação e da construção de uma escola integral e cidadã o parecer 11 de maio de 2000 do Conselho Nacional de Educação (CNE). Este documento ressalta ao analisar a situação da educação no Brasil que dá forma que os currículo e metodologias são apresentados ao estudante não cumpri o seu devido papel ressocializador e mais, se demonstra incapaz de suprir, de compensar à escolaridade necessária a vida. Desta feita a CNE determinou diretrizes urgentes a ser aplicadas que resgate

·        A função reparadora que se refere ao ingresso no circuito dos direitos civis, pela restauração dos direitos negados. Como prevê o mais educação.
·        A função equalizadora, que propõe garantir a redistribuição e a locação, em vista de mais igualdade a proporcionar maiores oportunidades de acesso e permanência na escola, para aqueles que foram desfavorecidos.
 ·        A função qualificadora tendo como função, por excelência, corresponder às necessidades de atualização e de aprendizagem contínua própria da era em que nos encontramos. (SOARES, 2002)

Um comentário:

  1. Está na hora de restruturar currículos e posturas de muitos que se dizem educadores.Nossa sociedade está doente.Vamos acorda pra nossa pratica quanto educador.Nossa criança traz um Universo rico.Vamos mediar sua própria aprendizagem.

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