Por Alexandre Virgínio
Para que se aborde o tema de maneira significativa, enquanto instrumento facilitador ao convívio social dos alunos como projeto de futuros cidadãos, faz-se necessário buscar as ferramentas propícias para impulsionar, através da educação, o modelo de trânsito que queremos. Para tanto, deve-se reaparelhar e qualificar os profissionais e, sobretudo, os esforços funcionais das instituições de ensino; o objetivo e o sujeito no processo de aprendizagem devem estar simbioticamente direcionados a um fim comum.

O jovem enquanto sujeito tem tendência a uma explosão de sentimentos confusos, comportamentos e motivações que levam a um estágio de auto-afirmação e independência, que os levam a romper com as regras e infringir as leis. A necessidade de independência gera, entre outros aspectos, um alto nível de egocentrismo.
O egocentrismo estabelecido na adolescência caracteriza-se pelo fato de o jovem acreditar ser, muitas vezes, o melhor naquilo que faz, na forma que age, naquilo que pensa. Por isso, ele contra-argumenta, contesta e contraria, certo que seu pensamento deve prevalecer.
É nesse sentido que a educação fundamental e preliminar deve-se sobrepor no processo de formação do homem promissor enquanto agente do trânsito, pois a problemática não está na ação biológica do organismo e sim no modelo cultural de adolescente que a família e a sociedade criaram.
“Uma é a regra social e a outra é a regra familiar. Se o adolescente sempre teve permissão para lavar o carro, tirá-lo da garagem e mexer no veículo para criar intimidade com ele, é praticamente impossível que a lei seja obedecida. Ainda mais quando o pai atende ao pedido do filho de ensiná-lo a dirigir”. (TEBA, p.192, 1996).
Devemos nos preocupar em, desde a infância, embutir a idéia de que dirigir é um ato de responsabilidade e não um gesto de prazer. É em decorrência dessa má formulação de pressupostos que condicionamos os homens do trânsito atual como agente e sujeito da violência e do desrespeito às normas de trânsito. O papel da educação fundamental é exatamente romper com esses valores, modular o comportamento a fim de se adquirir a convivência social no trânsito. A escola deverá ser direcionada para abstrair da mentalidade dos adolescentes a idéia de status e poder que emerge do veiculo, dando-lhe a possibilidade de interpretar o Trânsito sobre um outro prisma.
A questão do comportamento como indutor da educação para o transito.
Pode-se levar o discurso acerca do comportamento dos adolescentes em relação ao Trânsito sobre duas vertentes: uma cultural e a outra educacional.
Dentro do aspecto cultural, por tudo que foi dito, o adolescente se vê conduzido pela relação de poder que o leva a dominar as ações sobre outros, a se perceber, de uma forma egocêntrica, diferente, enquanto individuo privilegiado em detrimento do coletivismo que deveria postular, haja visto, que também é parte de uma aldeia social. Vale salientar que tal atitude é estimulada no seio familiar, onde além da idéia de poder, estimulada e consagrada pelo convívio e contato com o veículo, ainda sobressai à noção de liberdade sem precedentes, pois possuir um carro significa romper com a esfera do tempo e estar acima do senso comum das ações e atitudes dos jovens. Some-se a isso a própria explicitação de tais valores fomentada pela mídia televisiva e outras fontes de comunicação.
“O comportamento humano se dá de acordo com a sociedade em que se vive e suas reações ocorrem de acordo com as expectativas alheias.” ( D’Almeida, 1998 )
A ação do adolescente é copilada de acordo com alguém que se admira ou considera exemplar, ou ainda pelo fascínio do objeto do desejo e suas atribuições. Copilar se caracteriza pela reprodução de atitudes ou preceitos e isso é um processo construído através da observação contínua de grupos dentro de uma sociedade, sendo mais enfático nos jovens, sobretudo, os do nosso tempo, que assimilam mais o que vêem do que o que conhecem verdadeiramente. Esse comportamento de imediato revela-se satisfatório, mas com o tempo, contrário à ação educativa que propicia coletividade e benefícios a grupos maiores como a sociedade.
A copilação, aqui colocado, no caso especifico para uma ação de Trânsito em relação ao adolescente, é diferente da aprendizagem, sobretudo no que concerne a essa fase inicial de desenvolvimento. Aprender significa apreender a vida em movimento, criar conceitos, especular, rejeitar e compreender embora aparentemente sejam similares ao universo dos jovens tais significados, tomam novos postulados quando apresentados no ensino fundamental, pois permitirão a esses o contato em ângulos diferentes capacitando-os à formulação de posturas coletivas e a adequação de limites, deveres e responsabilidades.
Só com a introdução de valores no ensino fundamental que reparem a postura cultural dos adolescentes se poderá obter eqüidade e qualidade nas ações do cidadão enquanto usuário do trânsito. A educação fundamental tem extrema importância porque atingirá e formará o pequeno cidadão no estágio mais promissor da vida colocando-o diante do problema que acomete em nossas ruas e avenidas no inicio de sua formação institucional e educacional.
Só com a introdução de valores no ensino fundamental que reparem a postura cultural dos adolescentes se poderá obter eqüidade e qualidade nas ações do cidadão enquanto usuário do trânsito. A educação fundamental tem extrema importância porque atingirá e formará o pequeno cidadão no estágio mais promissor da vida colocando-o diante do problema que acomete em nossas ruas e avenidas no inicio de sua formação institucional e educacional.
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