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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

IGREJAS ANTIGAS DE IPOJUCA

Escrito por Ivo D’Almeida para o site www.ipojucahoje.xpg.com.br       
        

O município do Ipojuca foi um dos poucos que no passado foi repleto de igrejas isto em função de seu núcleo populacional. Onde hoje existe o Distrito Sede Ipojuca chegou aos idos de 1800 a possuir cinco igrejas entre o Convento de Santo Antônio e logo abaixo do atual cemitério.

     IGREJA MATRIZ DE SÃO MIGUEL DE IPOJUCA

        Segundo documentos existentes na Câmara Eclesiástica escritos em 1881, pelo Padre Firmino José D’Araújo Figueiredo, tio-triavô do pesquisador Ivo D’Almeida, na época, vigário da localidade informa ao bispo diocesano D. José da Silva Barros que a paróquia de São Miguel de Ipojuca fora criada em 1596; no entanto, em 1594, figura Ipojuca ter a igreja de São Miguel e a capela do engenho Tabatinga. Não se sabe, portanto se a primeira igreja de Ipojuca existia em 1580, 1594 ou 1596 visto que na visitação do Santo Ofício a Pernambuco relata o falecimento em 1594 do primeiro vigário de Ipojuca, o padre Gaspar Neto e o seu substituto, o padre Roriz de Távora.
        A primeira igreja de Ipojuca, a IGREJA DE SÃO MIGUEL, localizava-se na parte mais alta do morro entre a igreja de Nossa Senhora do Livramento e o atual cemitério. A igreja matriz incendiou-se em 1814, foi parcialmente reconstruída em 1857 sendo posteriormente abandonada.


 SANTUÁRIO DE SANTO CRISTO DE IPOJUCA ( IGREJA CONVENTUAL DE SANTO ANTÔNIO)
        A igreja de Santo Cristo situa-se ao lado do Convento de Santo Antônio de Ipojuca. Por ter sido construída à época da construção do Convento em 1608 e após a construção da capela anexa em 1665 para abrigar a imagem do Cristo Crucificado transformando-se em local de peregrinação e romarias, passou a se chamar IGREJA DE SANTO CRISTO DE IPOJUCA e muitas pessoas indicam o Convento de Santo Antônio de Ipojuca como : Convento de Santo Cristo.
É tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional juntamente com o Convento


 IGREJA DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO DOS HOMENS PARDOS
        Não sabemos a data de sua construção, no entanto ela era apenas uma capela e abrigou em 1814 a imagem de São Miguel. Com a não conclusão da igreja matriz foi reformada e ampliada possivelmente após 1857. Localiza-se a uns cem metros do Santuário de Santo Cristo. Por abrigar após o incêndio da matriz em 1814 a imagem do santo padroeiro do município passou a ser conhecida como Igreja Matriz.
Embora sua construção tenha mais de 294 anos, não é tombada nem pelo Patrimônio Nacional, nem Estadual e muito menos pelo Municipal. Sua conservação se dá através dos donativos da comunidade e da Ordem Franciscana.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS
        Localizava-se esta igreja onde hoje está a caixa da COMPESA. Era uma igreja destinada aos negros e mulatos e lá abrigava a imagem de São Benedito. Essa Igreja desmoronou muito antes de 1814. No local por certo tempo permaneceu apenas o cruzeiro e transformou-se no local onde os negros devotos de São Benedito rezavam e daqueles que não entravam no cemitério reverenciavam seus mortos acendendo velas e depositando flores.

          IGREJA DE SÃO ROQUE

        Ficava junto ao cemitério. Incendiou-se por volta de 1800. Suas pedras fazem parte da reconstrução do Convento após o incêndio de 1935.

 IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó
        A data de sua construção é também incerta, mas provavelmente antes de 1769. Foi construída pelo padre Manuel do Ó Teixeira e é citada em25 de janeiro de 1769 pelo visitador do bispado, padre José Teixeira de Azevedo. O nome da localidade vem da aglutinação entre o sobrenome do fundador da localidade e da invocação a Virgem Santíssima, visto a população se desenvolver em torno da igreja em casas de propriedade do fundador da igreja.

Estação Jaboatão: 130 anos de História em abandono!

Por James Davidson



Quem chega a Jaboatão pelo metrô dá logo de cara com um marco histórico abandonado: a Estação Ferroviária de Jaboatão. Inaugurada em 25 de março de 1885, a Estação Jaboatão fazia parte da Estrada de Ferro Central de Pernambuco, uma das principais artérias ferroviárias de Pernambuco, com a finalidade de ligar o Recife com interior do estado. Sua construção é obra dos ingleses da antiga Great Western, empresa concessionaria da ferrovia.



Encontramos no jornal Diário de Pernambuco, datado de 27 de março de 1885, a seguinte matéria (a qual publicamos somente alguns trechos):
"Ferro-via do Recife à Caruaru: Conforme fôra annunciado, da estação do Recife partiram os trens inaugurais às 9 e 11 horas da manhã e 1 hora da tarde, indo no primeiro o Exm. Sr. Presidente da Província, o Dr. Chefe de Polícia, alguns deputados provinciais, os representantes da imprensa e muitas outras pessoas gradas, além de umas vinte senhoras distinctas da nossa sociedade."
"Com excepção do último trem, que, por causa de um pequeno desarranjo na machina, chegou ao término com um atraso de 1 hora e 15 minutos, os demais fizeram o trajecto até Jaboatão sem o menor inconveniente, gastando apenas 32 minutos, e sendo todos alli, bem como na estação intermediaria de Tejipió, recebidos com as vivas demonstrações de júbilo com que no Recife foram saudadas as suas partidas. Foguetes, musicas, flores, arcos de folhagens e bandeiras nas locomotivas, nada faltou, nem mesmo as acclamações da multidão, em toda a viagem, para complemento dessa bonita festa, que poz em relevo os meritos de quantos a prepararam com um esforço e dedicação credoras de sinceros encomios e applausos."
"Logo que o primeiro trem chegou á Jaboatão, foram dalli passados diversos telegrammas de congratulações pelo auspicioso acontecimento; e em seguida foram os convidados da festa para a casa da Câmara Municipal, onde se achava preparada uma mesa, em forma de ferradura, para 80 talheres, sendo servido um profuso e delicado almoço, em cujo curso reinaram a maior harmonia e a maior cordialidade."
"Em seguida, os convidados da festa foram percorrer a cidade de Jaboatão, a ver a feira, que tem lugar às quartas feiras; voltando em pós para a estação, onde, ao som de uma banda de musica, foram dansadas algumas quadrilhas."




Vê-se pela notícia quão grande acontecimento social foi para a época a inauguração da Estação Jaboatão. E não era para menos. A chegada da Estação foi um marco, um divisor de águas para a história da cidade. Se antes dela Jaboatão não passava de um pequeno povoado, sem indústrias ou mesmo nenhum prédio significativo, além das igrejas seculares, com a ferrovia Jaboatão passou a atrair maior numero de pessoas.  Além disso, a presença da Estação atraiu para a cidade, anos mais tarde, a implantação das Oficinas de trens e vagões da Great Western, o principal centro de reparos e consertos de trens do Nordeste, fazendo de Jaboatão a principal cidade ferroviária da região. A estação e as oficinas foram o motor do desenvolvimento da cidade, gerando centenas de empregos diretos indiretos e trazendo o progresso econômico para a localidade por mais de meio século.
Apesar da importância histórica para a cidade de Jaboatão, o edifício encontra-se abandonado há mais de uma década. Mesmo a proximidade do metrô e do terminal rodoviário ali existentes não foram suficientes para levar o poder público a tomar uma atitude. O local poderia ser muito bem aproveitado, por sua localização estratégica, para vários fins - Museu da Cidade, Museu Ferroviário, etc. Contudo, parece ser mais oportuno aos poderes públicos deixar 130 anos de história se acabar...


                                  

terça-feira, 19 de abril de 2016

ALFARRÁBIOS E COLÓQUIOS: PALAVRAS AFRICANAS INCORPORADAS A NOSSA LINGUAGEM

ALFARRÁBIOS E COLÓQUIOS: PALAVRAS AFRICANAS INCORPORADAS A NOSSA LINGUAGEM: A AFRICA PRONUNCIADA EM NOSSOS VOCÁBULO, MAS QUASE SEMPRE MALSOANTE E IGNORADA São 8 os países que falam a Língua Portuguesa como sua l...

PALAVRAS AFRICANAS INCORPORADAS A NOSSA LINGUAGEM

A AFRICA PRONUNCIADA EM NOSSOS VOCÁBULO, MAS QUASE SEMPRE MALSOANTE E IGNORADA

São 8 os países que falam a Língua Portuguesa como sua língua oficial:
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor.



Isso significa que além de Portugal e Brasil, seis países da África falam o português.  No entanto, nesses países africanos também se fala a língua local, os vários troncos linguísticos que compõe a herança cultural desses povos milenares.

É errado, portanto, acreditar que a partir da colonização desses países da África pelos portugueses, os africanos tenham deixado de se comunicar em suas línguas maternas (nagô, iorubá, quicongo, umbundo e quimbundo).

Conta-se que durante o tráfico de escravos negros para o Brasil, um dos cuidados que os colonizadores tinham era o de não transportar muitos negros que fossem da mesma etnia, ou seja, que não falassem a mesma língua, pois acreditavam que assim eles não conseguiriam se comunicar e, portanto, não conseguiriam se rebelar contra a condição de escravidão.

Chegando em terras do Brasil e por aqui ficando, a influência nos quase quatro séculos de escravidão (e cerca de cinco milhões de africanos) fez com que houvesse o inverso do que desejava o colonizador:  os negros africanos agregaram palavras, expressões e sua cultura como um todo aos povos que aqui viviam:  os índios e os europeus.

O resultado dessa contribuição rica dos negros para a cultura brasileira foi um vasto vocabulário de palavras originárias da África.

Por isso, temos todos os motivos para nos orgulhar dessa maravilhosa contribuição, de riqueza cultural e sabedoria milenar trazida pelos africanos que se tornaram parte relevante da formação do que é hoje a nação Brasil.

Confira este mini dicionário de palavras africanas presentes em nosso vocabulário:
Lusofonia é o conjunto daqueles que falam o Português como língua oficial.



Abadá - Túnica folgada e comprida; atualmente no Brasil, é o nome dado a uma camisa ou camiseta usada pelos integrantes dos blocos e trios elétricos carnavalescos.
Abará – Quitute semelhante ao acarajé, cujos bolinhos são envolvidos em folhas de bananeira e cozidos em banho-maria.
Acarajé – Bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e servido
com camarões secos.
Afoxé – Dança semelhante a um cortejo real, que desfila durante o carnaval em cerimônias religiosas.
Agogô – Instrumento musical formado por duas campânulas ocas de ferro.
Aluá – Bebida feita de milho, arroz cozido ou com cascas de abacaxi.
Angola – Nome dado a uma das mais conhecidas modalidades do jogo de capoeira e,
também, a um dos cinco países africanos de língua portuguesa.
Angú – Massa de farinha de milho ou mandioca; angú-de-caroço; coisa complicada.
Azoeira – Barulhada, zoeira, bagunça.
Axé – Saudação; força vital e espiritual.
Babá – Ama-seca; pessoa que cuida de crianças em geral; pai-de-santo; a origem é
controvertida sendo, para alguns estudiosos originária do quimbundo, e para outros do idioma iorubá.
Babaca – Tolo; boboca.
Bagunça – Baderna, desordem.
Balangandãs – Enfeites, originalmente de prata ou de ouro, usados em dias de festa.
Bancar – Fazer o papel de; fazer-se de.
Bambambã ou Bamba – Maioral, bom em quase tudo o que faz.
Bamberê – Cantiga de ninar entoada por negras velhas da Região Amazônica.
Bambolê – Aro de plástico ou metal usado como brinquedo.Banguela – Desdentado; os escravos trazidos do porto de Benguela, em Angola, costumavam limar ou arrancar os dentes superiores.
Bantos – Povos trazidos do sul da África, principalmente de Angola e Moçambique,
que espalharam sua cultura, idiomas e modos.
Banzé – Confusão.
Banzo – Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal.
Baobá – Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes mágicos.
Batuque – Dança com sapateado e palmas, ao som de instrumentos de percussão. É
uma variante das rodas de capoeira praticada pelos negros trazidos de Angola para o
interior da Bahia. No sul do Brasil, é sinônimo de rituais religiosos e, no interior do
Pará, é uma espécie de samba.
Berimbau – Instrumento musical, composto de um arco de madeira com uma corda
de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de ressonância.
Birita – Cachaça; gole de cachaça.
Bitelo – Grande; de tamanho exagerado.
Bobó – Um tipo de purê feito de aipim ou inhame.
Boca-de-Pito – Pitada; tragada em cigarro, charuto ou cachimbo; disposição para
fumar provocada pela ingestão de café ou bebida alcoólica.
Bolor – Vegetação que provoca decomposição em matérias orgânicas.
Bomba – Certo doce de forma cilíndrica ou esférica feito de massa cozida e glaçado na
parte superior.
Borocoxô – Molenga. Entristecido.
Bruaca -  Espécie de mala ou sacola que se levava no lombo de animais.
Bugiganga – Objeto de pouco ou nenhum valor ou utilidade.
Bunda – Nádegas, na língua falada pelos Bundos de Angola.
Búzios – Conchas marinhas usadas antigamente na África como moedas e, em nossos
dias, em cerimônias religiosas e em jogos de previsão.
Caçamba – balde para tirar água de um poço; local onde se depositam detritos.
Cachaça – Bebida alcoólica; pinga; durante muito tempo, os negros escravizados,
banhados em suor, giravam manualmente as rodas dos engenhos de açúcar e, do
vapor originário da fervura do caldo da cana, escorria pela parede e pingava do teto
(daí o porque o nome “pinga”)a bebida de sabor clássico, que ardia nos olhos e foi
batizada de “pinga”.Cachimbo – Tubo de fumar, com um lugar escavado na ponta para se colocar o tabaco.
Cacimba – Poço ao ar livre, onde se retém a água da chuva para diversas finalidades.
Caçula – O mais novo.
Cacunda – Corcunda; corcova; costas.
Cafofo – Lugar que serve para guardar objetos usados; nos dias atuais, serve
também para designar moradia pequena, mas aconchegante.
Cafuá – Esconderijo; casebre.
Cafundó – Lugar distante e isolado.
Cafuné – Coçar a cabeça de alguém. Fazer um carinho.
Cafungar – Fungar; aspirar pelo nariz; cheirar; fuçar; farejar; focinhar; procurar
minuciosamente.
Cafuzo – Mestiço de negro e índio.
Calango – Tipo de lagarto do sertão; dança afro-brasileira.
Calombo – Inchaço.
Calunga – O mar; boneca carregada pelas damas do paço nos desfiles de reis e
rainhas dos Maracatús de nação em Pernambuco; símbolo da realeza e do poder dos
ancestrais.
Camundongo – Rato pequenino.
Candomblé – Casas ou terreiros de diferentes nações – Angola, Congo, Jêje, Nagô,
Ketu e Ijexá – onde são praticados os rituais trazidos da África. Esses cultos são
dirigidos por um Babalorixá (pai-de-santo) ou por uma Ialorixá (mãe-de-santo). Um
dos mais tradicionais é o de Gantois,em Salvador, na Bahia. No passado, o candomblé
foi muito perseguido.
Canga – Tecido com que se envolve o corpo. Peça de madeira colocada no lombo dos
animais.
Canjica – Papa de milho.
Capanga – Guarda-costas; bolsa pequena que se leva a tiracolo.
Capenga – Manco; com andar de bêbado.
Capoeira – Jogo de corpo, agilidade e arte, que usa técnicas de ataque e de defesa
com os pés e as mãos. As rodas são acompanhadas por palmas, pandeiros, chocalhos,
berimbaus e cânticos de marcação.Carimbo – Marca; sinal.
Carimbó – Tipo de dança afro-brasileira originária da região norte do Brasil.
Carurú – Iguaria da culinária afro-brasileira, feita com folhas, quiabos e camarões
secos.
Catimba – Manha; astúcia.
Catinga – Fedor; mau cheiro.
Catita – Pequeno, baixo, miúdo. No nordeste, é o nome dado a um ratinho novo.
Catupé – Cortejo afro-mineiro. As fardas de seus integrantes são enfeitadas de fitas,
sendo que dançam e cantam acompanhados por instrumentos de percussão.
Caxambú – Dança e nome de um tambor grande. ...Vamos todos na dança do
Caxambú, saravá a todos saravá...(Almir Guineto)
Caxangá – Jogo praticado em círculo. Os versos de uma velha cantiga baseada nessa
brincadeira, são bem populares. (Escravos de Jó, jogavam caxangá....)
Caxixí – Chocalho pequeno feito de palha.
Caxumba – Inflamação das glândulas salivares.
Cazumbí – Alma penada.
Chilique – Desmaio. Ataque de nervos. “Ter um troço”.
Cochilar – Breve soneca. Sono leve.
Congadas ou Congos – Danças dramáticas com enredo e personagens
característicos, como reis, rainhas, príncipes, princesas, embaixadores, chefes de
guerra e guerreiros que se despedem no final das apresentações cantando: “quem
tiver mulher e filho se despeça....Adeus que eu já me vou...
Coque – Bater na cabeça de alguém com o nó dos dedos. Tipo de penteado onde o
cabelo é todo preso num arranjo único no alto da cabeça; há uma corrente que
acredita ser o nome proveniente do inglês “cock”, que significa galo, e outra que
associa o nome a barulho que é feito e também ao “galo” na cabeça.
Cubata – Palhoça.
Cuíca – Instrumento musical que emite um ronco peculiar.
Dendê – Fruto da palmeira, de onde é extraído o azeite.
Dengo – Gesto de carinho
Dengoso – Chorão; manhoso; enfeitado; deslambido; faceiro.
Diamba – Um tipo de erva alucinógena.Ebó – Oferenda feita aos orixás para resolver os mais diferentes desejos e problemas.
Embalar – Acalentar; balançar; fazer adormecer.
Empacar – Não continuar. Não prosseguir. Diz-se quando o animal firma
teimosamente as patas para não prosseguir viagem.
Encabular – Envergonhar-se. Ficar vexado por algum motivo.
Engabelar – Enganar. Iludir jeitosamente. Trapacear. Engodo. Embuste.
Escangalhar – Desordem. Confusão. Desmantelo. Dano causado por estrago.
Espandongado – Desajeitado. Defeituoso. Arruinado. Desarrumado. Relaxado.
Descomedido. Arreliado.
Fofoca – Intriga. Mexerico
Fuá – Briga. Rolo. Desordem. Intriga. Catinga. Cheiro desagradável. Diz-se também
do eqüino arisco.
Fuleiro – Reles. Ordinário. Sem Valor. Farrista.
Fulo – Irritado. Zangado. Nervoso.
Fungar – Fazer ruído com o nariz ao inspirar o ar. Assoar o nariz. Coriza na fossa
nasal. Fuçar.
Furduncio – Também pronunciado e escrito como “Forduncio”, significa festança
popular. Divertir-se com alarido. Barulho. Desordem.
Futum – Mau cheiro. Fedor. Peixe morto na superfície da água.
Fuxico – Falar mal dos outros. Artesanato popular feito com pedaços de panos.
Costurar superficialmente. Alinhavar. Amarrotar.
Fuzarca – Farra. Desordem. Bagunça.
Fuzuê – Festa. Confusão. Turbilhão nas águas de um rio.
Gambé – Designação de um policial na gíria dos travestis, menores e delinqüentes em
geral.
Gandaia – Farra. Bagunça. Vadiagem. Ofício de trapeiro. Pessoa sem préstimo.
Inerte.
Ganzá – Espécie de chocalho.
Garapa – Caldo da cana. Bebida formada pela mistura de mel-açúcar-água.
Geringonça – Coisa malfeita e de duração precária. Objeto ou coisa estranhos cujo
nome e finalidade não se conhece.Ginga – Bamboleio. Balanço com o corpo. Dançar com o corpo ao som de uma música
ou instrumento. Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol. Sacerdotisa
do culto Omolocô. Remo que se usa para fazer a embarcação balançar.
Gogó – Pomo-de-Adão. Garganta. Laringe
Gororoba – Comida malfeita. Comida feita com restos de diversos alimentos. Diz-se
também do indivíduo lento, molengão ou covarde.
Guimba – Parte que resta do cigarro ou charuto depois de fumados.
Hã – Interjeição de surpresa, espanto ou de admiração entre os Iorubás. Manifestação
de incompreensão. Não entendimento.
Iaiá – Tratamento dado às moças e meninas na época da escravidão. Na Luanda
antiga, era o tratamento respeitoso que as filhas e netas dos escravos davam às
patroas.
Impala – Espécie de antílope africano. O nome batizou também um modelo de
automóvel da Chevrolet.
Implicar – Provocar. Amolar. Intrometer. Contender.
Inhame – Designação comum de um tipo de tubérculo comestível menor que a
mandioca; homem de corpo defeituoso. Coisa ou objeto disforme ou deformada.
Jabá – Suborno oferecido a programador de emissora de rádio ou televisão para que
inclua na programação determinada obra musical. Certo tipo de abóbora.
Jabaculê – Gorgeta. Propina. Dinheiro.
Jagunço – Capanga. Combatente das forças de Antonio Conselheiro na Guerra de
Canudos. Cangaceiro.
Jererê – Nome dado ao cigarro de maconha. Faísca. Centelha.
Jiló – Fruto do jiloeiro.
Jongo – Dança tradicional afro-brasileira.
Lambada – Golpe dado com o chicote, tabica ou rebenque. Copo ou gole de bebida
alcoólica. Dança de salão de origem amazônica. Significa bater, castigar, ferir, atingir
com golpe ou pancada.
Lambança – Desordem. Sujeira. Serviço malfeito. Embuste. Trapaça em conversa ou
jogo.
Lambão – Indivíduo que não sabe lidar com as coisas sem sujar-se.
Lambuja – Vantagem que um jogador concede ao parceiro ou rival. Aquilo que se
ganha ou dá além do combinado.Lapada – Lambada. Bofetada. Espécie de pá semelhante ao remo.
Larica – Apetite desenfreado após a ingestão da
maconha. Dificuldade. Aperto. Apuro.
Lenga-lenga – Conversa, narrativa ou discurso enfadonho.
Lero-lero – Conversa fiada. Palavreado vazio.
Maculelê - Folguedo popular de origem baiana, misto de jogo de dança com bastões
ou facões.
Macumba – Nome pejorativo dado aos cultos afro-brasileiros. Audaz. Ousado. Certo
tipo de reco-reco. Cada uma das filhas de santo nos terreiros de origem Banta. Antigo
jogo de azar. Antiga denominação que se dava à maconha.
Maluco – Alienado mental. Endoidecido.
Mangar -  Zombar. Caçoar.
Mangue – Comunidade geográfica localizada em áreas onde o solo é formado por uma
lama escura e mole. Terreno lamacento.
Mamona – Fruto da família das esforbiáceas. Rícino.
Mamulengo – Fantoche. Teatro de fantoches.
Mandinga – Bruxaria. Feitiço. Talismã. Qualidade de jogo de capoeira.
Mandraque – Bruxaria. Feitiçaria. Mandinga.
Manha – Choro infantil sem causa. Birra. Malícia. Ardil. Artimanha. Habilidade manual.
Maracatú – Certo tipo de dança afro-brasileira. Em Recife/PE, os maracatus de nação
representam embaixadas africanas com todo o séquito real.
Maracutaia – Trapaça. Embuste. Engodo. Golpe.
Marafa (o) – Vida desregrada. Licenciosa. Cachaça. Vinho. Diz-se também do tipo de
vida, por exemplo: “Viver na marafa...”, viver entregue ao vício da bebida e da
vadiagem.
Mano – Tratamento respeitoso entre os antigos sambistas cariocas (“Mano” Elói,
“mano” Décio etc.). Irmão.
Marimbondo – Certo tipo de vespa.
Matuto – Indivíduo que vive no mato. Na roça. Pessoa ignorante e ingênua.
Maxixe – Fruto do maxixeiro. Certo tipo de chuchu espinhoso. Dança brasileira de
salão.
Miçanga – Conta de vidro miúda. Ornatos feitos com esse tipo de conta. Colar.
Rosário.
Milonga – Desculpas descabidas. Manhas. Dengues. Mexericos. Intrigas. Feitiço.
Sortilégio Bruxedo. Música e dança de origem platina.
Mingau – Papa de farinha de cereais com leite, açúcar e outros ingredientes. Em
língua oeste-africana, era um tipo de milho cozido em água e sal. Na linguagem
Banta, é o ato de molhar o pão no pirão ou molho.
Mochila – Alforge. Bornal que se leva às costas.
Mocambo – Cabana. Palhoça. Habitação miserável. Couto de escravos fugidos na
floresta.
Mocorongo – Mulato escuro. Caipira. Indivíduo natural de Santarém/PA. Palhaço da
folia de reis. Mosquito transmissor do impaludismo.
Mocotó – Pata de bovino utilizada como alimento. Tornozelo.
Molambo – Trapo. Pano velho rasgado ou sujo. Roupa esfarrapada. Indivíduo fraco e
sem caráter. Corpo velho, cansado, moído.
Molenga – Mole. Indolente. Preguiçoso. Medroso e covarde.
Moleque – Negrinho. Indivíduo irresponsável. Canalha. Patife.
Moqueca – Guisado de carne ou peixe tradicional da culinária afro-brasileira.
Moringa – Garrafão ou bilha de barro para conter e refrescar água potável. Cântaro.
Muamba – Cesto ou canastra para transporte de mercadorias. Furto de mercadorias
nos portos. Contrabando. Negócio escuso.
Mucama – Escrava doméstica. Concubina. Escrava que era amante do seu senhor.
Mondongo – Indivíduo sujo e desmazelado. Boneco de pano sem governo.
Mongo – Sujeito bobo. Moleirão. Débil mental.
Mutreta – Trapaça. Confusão.
Muxiba – Pelanca. Pedaços de carne magra. Retalhos de carne que se dá aos cães.
Mulher feia. Bruxa. Seios flácidos de mulher.
Muquifo – Lugar sujo e em desordem. Palavra ligada ao Kicongo, significa também
latrina. Casebre. Choupana
Muvuca – Confusão. Algazarra.
Nenê – Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do Umbundo “nene”, que
quer dizer pedacinho, cisco.Odara – Bom. Bonito. Limpo. Branco. Alvo.
Pamonha – Certo tipo de iguaria derivada do milho. Diz-se também da pessoa
molenga. Inerte. Desajeitada. Preguiçosa. Lenta.
Patota – Turma. Grupo.
Pendenga – Litígio. Rixa. Contenda.
Perrengue – Dificuldade ou aperto financeiro. Diz-se também da pessoa fraca.
Covarde. Animal imprestável.
Pimba - Pênis de menino
Pindaíba – Falta de dinheiro. Miséria feia.
Pinga – Aguardente extraída do caldo da cana.
Pirão – Papa grossa de farinha de mandioca.
Pito – Cachimbo. Cigarro. Repreensão. Censura. Dar bronca.
Pitoco – Objeto ou utensílio o qual já falta uma parte essencial. Parte amputada ou a
restante no corpo humano.
Puta – Gen. Elemento utilizado para qualificar algo ou alguém como grande ou
excelente: Exemplos: “Um puta homem”, “Uma puta casa”; Originário do Quicongo
“mbuta” que significa notável, melhor. Também significa a forma apocopada de
prostituta.
Quenga – Guisado de quiabo com galinha. Mulher prostituída. Meretriz.
Quengo – Cabeça. Região próxima da nuca.
Quilombo – Aldeamento de escravos fugidos. Folguedo popular alagoano em forma de
dança dramática.
Quindim – Doce feito com a gema do ovo, côco e açúcar. Na Bahia significa também
meiguice, dengo, encanto, carinho.
Quitute – Iguaria. Acepipe. Canapé.
Quizila – Ojeriza. Aversão. Implicância.
Quizumba – Confusão. Briga.
Requenguela – Engelhado. Encolhido. Tímido. Fraco. Sem substância.
Samba – Nome genérico de um ritmo de dança afro-brasileiro.
Sarapatel – Guisado feito com sangue e miúdos de certos animais, especialmente o
porco.
Sarará – Alourado. Arruivado.
Saravá -  Palavra usada como saudação nos cultos afro-brasileiros, significa “salve”.
Sapeca – Diz-se de moça muito namoradeira ou assanhada. Diz-se também da
criança muito arteira.
Serelepe – Vivo. Buliçoso. Astuto. Esperto.
Songamonga – Pessoa dissimulada. Sonsa. Débil. Boba.
Sova – Dar pancadas com a mão. Espancar.
Tagarela – Pessoa que fala muito e à toa.
Tango – Dança argentina popularizada no Brasil, proveniente do espanhol “tango” e
do Kimbundo “tangu” (pernada), que era uma forma de bailado de negros ao som de
tambores e outros instrumentos.
Trambique – Negócio fraudulento. Vigarice. Logro.
Tribufú – Maltrapilho. Negro feio.
Tu – Diz-se do negro tido como sendo bruto. Boçal. Grosseiro. Oposto ao negro bom e
passivo; “...Este samba/que é misto de maracatú/é samba de preto velho/ samba de
preto TÚ...”; Pode ser também uma redução de Bantú.
Tunda – Surra. Sova. Crítica severa.
Tutano – Substância mole e gordurosa no interior dos ossos.
Tutú – Maioral. Manda-chuva. Indivíduo valente e brigão. Feijão cozido e refogado ao
qual se vai adicionando farinha até dar a consistência de pirão. Dinheiro. Grana.
Suborno.
Urucubaca – Azar. Má sorte. Diz-se também de uma praga rogada por pessoa
inimiga.
Xará – Pessoa que tem o mesmo nome que outra.
Xepa - As últimas mercadorias vendidas nas feiras livres, mais baratas e de qualidade
inferior. Sobras. Coisa inferior.
Xodó – Amor. Sentimento profundo que se demonstra por algo ou alguém. Carinho.
Zabumba – Tambor grande. Bumbo.
Zangar – Causar zanga (de zangado). Mau humor. Birra. Irritação. Diz-se também de
coisa estragada ou azeda.
Zanzar – Andar à toa. Sem destino.
Ziquizira – Doença ou mal-estar cujo nome não se conhece.
Zoeira – Conhece-se também por Azueira. Algazarra. Falatório.
Zombar – Tratar com descaso. Escarnecer. Gracejar.
Zunzum – Boatos. Cochichos. Mexericos.